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Comissão pela venda de Militão foi 4 vezes maior que a média do clube!

Nem todo o montante da venda de um atleta entra para os cofres do clube. Como nem sempre os direitos econômicos de um jogador pertencem integralmente ao São Paulo, o clube precisa repassar um percentual referente à participação de outros clubes, empresários, ou até do próprio atleta. Além disso, na maioria das negociações, o clube vendedor repassa um montante pré-definido referente à intermediadores da negociação.

Podemos observar nas demonstrações de 2018 divulgadas essa semana que, a média de valores pagos pelos São Paulo, para intermediadores das negociações, é de 7%. Por exemplo, na venda de Lucas Pratto para o River Plate, por R$49,5 milhões, o clube repassou R$3,5 milhões. Outras negociações como as de Cueva, Auro e Petros, seguiram, aproximadamente, a mesma lógica. 

Entretanto, um caso específico nos chamou a atenção. A venda de Militão para o Porto, por R$ 31,5 milhões, custou aos cofres do São Paulo R$8,8 milhões em intermediação. Este montante representou 28% do total da venda, 4 vezes mais que a média desembolsada pelo clube no ano.

     Fonte: Demonstrações Financeiras do São Paulo Futebol Clube 2018 

Nas notas explicativas divulgadas juntamente com o balanço, a diretoria do clube não explica os motivos desse percentual ter sido bem maior que a média praticada pelo clube. O Finanças Tricolor ressalta que, como o São Paulo e o estafe do atleta não chegaram a um acordo para renovação contratual e que o vencimento do vínculo estava próximo, a situação de Militão era delicada. Ele poderia sair de graça em poucos meses. Por isso, para não perder o atleta, e ver escapar entre os dedos, uma das principais revelações de Cotia dos últimos anos, o Tricolor não tinha muito poder de negociação neste caso específico. Entendemos, portanto, que esse pode ter sido um fator que inflacionou tal valor, mas gostaríamos de saber se foi somente isso.

Como havíamos postado em março (clique aqui para ler o post sobre a venda de Militão ao Real Madri), o fato do clube ter ficado com um percentual de uma venda futura, amenizou a situação e, com a explosão meteórica do atleta em solos europeus, fez com que o São Paulo recuperasse o "prejuízo" sofrido. 

Deixar um garoto da base estrear no time profissional sem uma adequação contratual, como aconteceu com o defensor, parece ser algo superado no clube. Como pudemos observar, as estreias de Antony, Igor Gomes, Toró, dentre outros, foram feitas somente após renovações que adequaram a multa ao grau de exposição nacional e internacional que esses atletas teriam a partir desse momento. De qualquer forma, vale o registro para ficarmos de olho, também, nos percentuais de intermediação das próximas negociações do São Paulo.


Dentre os grandes, és o primeiro!

Filipe Cunha - Finanças Tricolor