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Receita total do São Paulo diminuiu 15%, índice de receitas não-recorrentes do São Paulo continua elevado

Depender de receitas não recorrentes e imprevisíveis é um risco altíssimo para qualquer empresa, e, no futebol, não é diferente. Como a maioria das despesas, do São Paulo, são fixas, por exemplo, salários e direitos de imagem dos atletas, despesas com manutenção das instalações do clube, juros e amortização da dívida, o clube precisa ter uma certa previsibilidade em seu faturamento, através de receitas recorrentes altas, como cotas de TV e patrocínios. Caso isso não ocorra, o clube fica dependente de receitas não recorrentes para fechar o caixa todo ano, fato que tem ocorrido com freqüência no São Paulo, nos últimos anos.

Todo ano, surgem manchetes nos jornais, "Diretoria do São Paulo declara: precisamos de R$100 milhões em venda de atletas para não fechar no vermelho". Isso tem acontecido pois, como as receitas de cotas de TV, publicidade e patrocínio, sócio-torcedor, dentre outras receitas fixas não são suficientes para cobrir as despesas do clube, o tricolor precisa sempre vender atletas para não ficar no vermelho.

O grande problema de confiar nesse tipo de receita é que não tem como o clube prever quando irá revelar um Lucas Moura ou um David Neres. Não é todo ano que teremos uma safra boa vinda de Cotia que irá encher os cofres do tricolor. Por isso, elaboramos um gráfico no qual podemos acompanhar qual o índice de receitas não recorrentes do São Paulo ao longo dos últimos 7 anos. 


    Gráfico: Finanças Tricolor

Podemos observar que a receita total do clube reduziu de R$485,7 para R$410 milhões no último ano, queda de 15% (valores atualizados pela inflação do período, para efeito de comparação). Boa parte dessa queda deu-se pela redução de R$41 milhões na receita de negociação de atletas. Clube arrecadou R$195,7 milhões em 2017 e 154,7 milhões em 2018. Entretanto, podemos verificar que o percentual de receitas não recorrentes manteve-se alto, 37,7% das receitas do tricolor vieram da venda de jogadores. 

De 2014 a 2017, o clube vinha aumentando sua receita, passou de R$318,3 em 2014 para R$485,7 milhões ao final de 2017. No entanto, grande parte desse aumento foi devido ao crescimento das receitas não recorrentes de venda de atletas. Os frutos de cotia são importantíssimos para o clube, mas a dependência para fechamento do caixa continua sendo preocupante. 

Como dever de casa, o São Paulo precisa aumentar suas receitas de publicidade e propaganda (clique aqui para ler nosso post sobre o marketing do clube) para conseguir manter suas jóias por mais tempo no clube, gerando resultados dentro de campo, com títulos e conquistas, e consequentemente, sendo valorizados para uma negociação futura mais vantajosa para o clube.




Dentre os grandes, és o primeiro!

Filipe Cunha - Finanças Tricolor