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Afinal, o São Paulo se tornou o clube mais popular da cidade?

A declaração do técnico Rogério Ceni ao final da partida da última terça-feira, contra o São Bento, deu holofote a um assunto que já vinha ganhando corpo nos últimos anos. O São Paulo, de fato, se tornou o clube mais popular da cidade?

Ser o clube mais popular não significa ter a maior torcida, mas sim ser o clube que possibilita que camadas menos favorecidas economicamente possam frequentar os estádios. E o São Paulo, por diversos fatores, é o clube que melhor faz isso na capital. O fato do estádio estar “quitado” e ser o maior da cidade (quase o dobro da capacidade dos demais) facilita a adoção dessas práticas. Porém não é somente isso.


Imagem: Independente/twitter

O que podemos perceber nos últimos anos é que, devido à prática adotada pela diretoria de preços populares em um grande setor das arquibancadas do Morumbi, pôde-se notar um aumento de torcedores que antes não conseguiam frequentar o estádio do tricolor.

Na partida de ontem contra o São Bernardo, válida pela penúltima rodada do Paulistão de 2023, o ingresso mais barato foi de R$20,00, sendo a meia-entrada R$10,00. O setor correspondente é o da Arquibancada NORTE, na qual o clube disponibiliza 9.000 ingressos por jogo, ou seja, 13% do estádio.


No estádio do Palmeiras, por exemplo, o ingresso mais barato é R$60,00, porém o sócio-torcedor da categoria prata, com desconto, paga 50% no ingresso, mais a mensalidade (R$42,00). Já com relação ao Corinthians, o ingresso mais barato é de R$50,00, sendo que o sócio tem desconto de 30%, podendo pagar R$35,00. No entanto, pelo fato dos estádios de Palmeiras e Corinthians serem menores, e pela priorização de compra para aqueles que mais frequentam, quem não consegue ir em todos os jogos acaba tendo muita dificuldade de comprar um ingresso para somente um jogo (hoje, R$60 e R$50 respectivamente), valor este que já é caro para boa parte da população. 


O futebol é um programa de lazer de final de semana para o torcedor. E para levar a família (3 pessoas), com transporte, alimentação e ingresso, o programa não sairia por menos de R$250,00.

Aliado a isso, ter uma linha de metrô (linha amarela) nas proximidades do Morumbi foi de fundamental importância para facilitar o acesso ao estádio por boa parte da população da capital. De nada adiantaria ingressos mais populares se a logística para acessá-lo fosse como em anos anteriores, somente de carro ou poucas linhas de ônibus.

 

O mais popular

 

O que nos impressiona é o fato do clube não saber explorar isso através de sua diretoria de marketing. Ainda mais nesses últimos dois anos, nos quais o presidente do clube, Julio Casares, foi por muito tempo diretor de Marketing do São Paulo e tem formação e atuação na área. Ações no sentido de promover o São Paulo, como o clube mais popular da cidade poderia gerar grandes benefícios financeiros a médio e longo prazo, sem falar na questão da rivalidade com os demais clubes, principalmente Corinthians, que por muitas vezes utilizou o slogan de time do povo.

 

Adicionalmente, entendemos que a diretoria ainda precisa acertar a mão na precificação dos ingressos em jogos decisivos, pois como vimos ano passado, nos jogos das semi-finais da Sul-americana, contra o Atlético-GO; e da Copa do Brasil, contra o Flamengo, o aumento no valor dos ingressos em alguns setores afastaram o torcedor, deixando o estádio com muitos lugares vazios (de 10 a 15mil lugares). Precisamos aprender a usar a capacidade toda do Morumbi. A torcida sempre foi e sempre será um jogador a mais.

 

Em resumo, entendemos que o clube deveria aproveitar a questão do tamanho de seu estádio e o fato dele estar “quitado” para a manutenção dessas práticas de preços favoráveis a camadas menos abastadas da sociedade, pois entendemos que a popularização do clube pode gerar maior fidelidade e aumento de sua torcida a longo prazo.

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Dentre os grandes, és o primeiro!

Escrito por: Filipe Cunha

Revisado por: Filipe Lessa



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