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Fornecimento de material esportivo – uma pedra no sapato do São Paulo

 

A Adidas lançou no começo desse mês a nova camisa 1 que vestirá o São Paulo durante a temporada de 2023/24. Como de costume, seguindo as tradições e o estatuto do clube, poucas mudanças foram feitas. Porém, a mais emblemática foi o retorno das listras vermelha e preta abraçando as costas por completo, item que não víamos há muitos anos e que traz uma harmonia inigualável para a parte posterior do uniforme, dando um fechamento para o material quando vendido sem a numeração dos atletas.

 

Nesta última semana, fizemos uma live em nosso perfil do Instagram com o especialista no assunto, Glauco Diógenes, designer com canal no YouTube chamado É QUARTA-FEIRA , onde analisamos a nova camisa do Tricolor. Não deixe de conferir em nosso perfil.

 

O contrato do São Paulo com a fornecedora de material esportivo, capitaneado pelo Raí, então diretor de futebol do clube, está em seu último ano de vigência, e encerra-se em dezembro. A parceria foi marcada por altos e baixos, mas atualmente está bem desgastada, principalmente pela falta de diversidade de materiais esportivos para os torcedores e baixa disponibilidade (lotes insuficientes). 

 

Um exemplo emblemático disso foi a camisa 3, lançada em agosto, em alusão ao agasalho utilizado pelo clube no Mundial de 1992. A empresa colocou uma quantidade muito pequena em seu lançamento, subestimando a capacidade da torcida. O produto esgotou em menos de 2 dias e só voltou a ser vendido meses depois, em dezembro, depois da derrota do São Paulo na final da Sul-Americana. Ou seja, perdendo a onda de otimismo de toda a torcida, fato que faria aumentar consideravelmente as vendas, e consequentemente, o faturamento do Tricolor.

 

E nos parece que o clube e a fornecedora não aprenderam nada com os erros do ano passado. O timing do lançamento da nova camisa 1 não foi adequado. Seu lançamento foi dias antes das quartas de final do Paulistão, em uma partida fora do estádio do Morumbi, e de caráter eliminatório. O que poderia gerar uma frustração grande da torcida, impactando nas vendas a curto e médio prazo, e consequentemente, na receita do clube, caso o clube fosse elimanado. E foi o que aconteceu.

 

Outro ponto de atenção é que as linhas feminina e infantil da fornecedora alemã têm sido muito criticadas internamente e por grande parte da torcida. As poucas opções de materiais oficiais do clube têm tido reflexo direto na arrecadação do São Paulo, que teria grande parte da receita de patrocínio vinculada a um percentual das vendas de produtos.

 

A linha masculina de jogo também sofre constantemente com falta de diversos tamanhos e modelos. A fornecedora, além de não produzir camisas personalizadas para o Tricolor (a camisa atual, por exemplo, usa o template da nova camisa da seleção italiana), também não coloca à venda todas as opções utilizadas pelos atletas. Um exemplo é em relação às camisas de goleiro: todos os anos, a Adidas disponibiliza somente uma das três opções.


Foto: Divulgação SPFC


 

Esperamos que o modelo contratual para a próxima fornecedora seja melhor elaborado e respalde o clube caso a opção encontrada seja de, novamente, estabelecer um valor fixo menor e um percentual maior nas vendas dos produtos. Nesse modelo, o clube acaba ficando de mãos atadas, pois a responsável pela produção e distribuição dos materiais é justamente a fornecedora. Com o objetivo des resguardar os interesses do Tricolor, seria recomendável amarrar no contrato alguns itens como quantidade mínima, tempo de reposição máximo de estoque, estabelecimento de variedade de produtos por nicho de mercado, capilaridade, dentre outros, com multas em caso de descumprimento. 

 

O contrato da fornecedora alemã com o Flamengo, apesar da considerável diferença no tamanho da torcida, é infinitamente melhor que o estabelecido com o São Paulo. Conforme informações divulgadas na imprensa, em 2022, foi renovado por mais 4 anos, e estabelece uma cota mínima de R$32 milhões anuais, valor similar ao arrecadado com todos os patrocínios (inclusive master) do São Paulo em 2021 (saiba mais sobre os patrocínios do SPFC, clicando aqui). 

 

O novo contrato do Flamengo ainda prevê o aumento do percentual de royalties sobre a venda de camisas de 10% para 35% por peça comercializada, gerando uma expectativa da diretoria rubro-negra de que o valor chegue a R$75 milhões anuais só com fornecimento de materiais. Esse aumento no valor dos royalties provavelmente demonstra uma visão da diretoria rubro-negra de que o modelo variável é mais vantajoso para o clube e indica que falha similares não ocorrem na distribuição de produtos do Flamengo.

 

A receita de venda de camisas para a fornecedora é importante, porém, nem se compara com a exposição que ela já está tendo, vestindo um dos maiores clubes do Brasil e do Mundo. Como a empresa tem contratos com diversos clubes nacionais e internacionais, cláusulas para a criação de projetos específicos para o São Paulo precisam ser estabelecidas na negociação para o que clube não sofra com a falta de produtos e a pouca diversidade de materiais.


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Dentre os grandes, és o primeiro!

Escrito por: Filipe Cunha

Revisado por: Filipe Lessa

 


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