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Metas esportivas e metas financeiras: como fica o São Paulo com a eliminação do Paulistão

 Um clube grande como o São Paulo sempre deve ter metas esportivas ousadas, como chegar às finais do Paulista e da Sulamericana, ficar no G6 do Brasileirão e nas quartas-de-final da Copa do Brasil. Menos que isso como objetivo não condiz com a grandeza do clube que, pela sua história, na verdade deveria ter metas ainda mais ousadas. 

O problema está quando, considerando o estado atual do time, esses objetivos esportivos se transformam em expectativas de receitas dentro do orçamento para o Tricolor. Pior ainda, quando tais receitas são colocadas como necessárias ou imprescindíveis para alcançar o tão almejado equilíbrio financeiro. 

O orçamento do SPFC para o ano de 2023 não foi divulgado (cadê a transparência prometida, Casares?). Desse modo, não está claro para nós se o orçamento do clube para o ano considerou as receitas que seriam provenientes do atingimento dessas metas esportivas, embora pareça que sim se olharmos o Relatório da Diretoria Financeira de Outubro/2022 e os resultados orçados/alcançados de premiação do Paulista 2022.

Fato é que a desclassificação precoce do Tricolor na competição traz inúmeras consequências financeiras, incluindo uma ameaça a classificação para a Copa do Brasil 2024. Se tomarmos o ano de 2022 como base, a semifinal e final do Paulista e a Copa do Brasil renderam mais de R$ 35 milhões de receita ao SPFC com renda líquida de bilheteria e premiação, sem contar ganhos financeiros intangíveis relacionados à exposição da marca, publicidade, patrocínio, engajamento, etc.

Foto: Marcos Ribolli/ge.globo.com


Se essas receitas não vierem e estão previstas no orçamento como imprescindíveis para atingirmos o equilíbrio financeiro, o que ocorre? Precisaremos buscar outras fontes de receita (e já temos mais de R$ 130 milhões em vendas de jogadores previstas no orçamento), reduzir as despesas ou recorrer ao endividamento. E assim o ciclo vicioso continua! 

Assim, retomamos ao início do nosso Post. As metas esportivas do SPFC são e devem ser sempre ousadas, pela grandeza do Clube. Mas o São Paulo, na sua atual situação, não pode colocar essas metas esportivas como expectativas de receita para conseguir fechar a conta. O resultado disso tende a ser catastrófico. Cautela, nesse caso, tende a ser positiva. 

Vamos trabalhar com metas financeiras mais modestas e condizentes com a realidade atual do Clube. Se atingirmos a meta esportiva, ótimo, teremos receitas extras que não estavam previstas e que poderão servir para um equacionamento mais rápido do endividamento. Mas, se não atingirmos a meta esportiva, ao menos não teremos que vender o almoço para comprar o jantar, pois nosso orçamento terá sido elaborado de forma prudente e as despesas orçadas sem contar com uma receita que não sabemos se será efetivada. Ou você, torcedor são-paulino, acredita que podemos considerar como certo que chegaremos à final da Sulamericana e às quartas-de-final da Copa do Brasil? 


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Dentre os grandes, és o primeiro!

Escrito por: Filipe Lessa

Revisado por: Filipe Cunha


 

 


 

 

 

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