São Paulo dobra patrocínios, mas ainda arrecada 33% do Corinthians, 20% do Flamengo e 16% do Palmeiras em 2021
O São Paulo apresentou um considerável aumento de receita de patrocínios no início da gestão Casares. Em 2020, o clube havia faturado míseros R$16,1 milhões, montante que representou pouco mais de 4% do total das receitas obtidas pelo clube naquele ano. Em 2021, primeiro ano do novo presidente (ex-diretor de Marketing do SPFC), o clube faturou R$33 milhões, aumento de 100%, mas ainda representando apenas 7,1% do total das receitas do ano.
Existem diversos estudos europeus na área de gestão de clubes de futebol que afirmam que, a grosso modo, as receitas recorrentes de clube com equilíbrio financeiro devem respeitar uma média de 33% para cada uma delas: direitos de transmissões, bilheteria/estádio e propaganda/marketing (venda de produtos licenciados). Entretanto, os clubes brasileiros apresentam uma peculiaridade pelo fato de estarem em um mercado emergente (real comparado ao dólar/euro é muito fraco): uma grande fonte de receita advém da venda de atletas, principalmente das categorias de base.
Essas receitas de transferências são classificadas como não recorrentes, o que significa que o clube não consegue prever com grande margem de segurança como estas serão nos próximos anos, pois dependem muito da “safra”de atletas de sua categoria de base. Por isso, há necessidade latente do São Paulo focar em expandir suas receitas recorrentes, advindas de contratos de médio e longo prazo (com certa previsibilidade), como: contratos de TV, patrocínios, material esportivo, bilheteria (venda de tíquetes anuais), dentre outras.
As receitas de marketing do São Paulo apresentaram melhora no último ano, porém, ainda estão muito aquém do que o próprio clube já foi capaz de obter, por exemplo em 2017. Trazendo a valor presente, o clube obteve naquele ano, R$73 milhões de patrocínio, o dobro do obtido em 2021. Este ano foi um ponto fora da curva, se considerarmos os últimos 6 anos, fruto da baixa credibilidade do clube perante o mercado devido às péssimas gestões administrativas, além de escândalos protagonizado por membros de diretorias passadas.
Sabemos do conhecimento do presidente nesta área de atuação, portanto, esperamos melhores resultados nesse balanço de 2022 que deve ser divulgado nos próximos meses, visto que nas demonstrações de 2021 o clube afirmou que os novos contratos de patrocínio assinados em 2021 garantirão valores recordes de receita para os exercícios subsequentes.
Entretanto, temos visto poucas ativações e inovações nessa área ao longo deste primeiro mandato. O São Paulo sempre esteve na vanguarda quando o assunto era gestão profissional, tendo sido o primeiro a lançar o programa de sócio-torcedor, embaixadas, dentre outros. O clube precisa recuperar o tempo perdido e voltar a ser referência, contratando pessoas de renome com vasta experiência no mercado nessa área de atuação.
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