Na noite desta última quinta-feira, o São Paulo anunciou seu novo uniforme, juntamente com o novo patrocinador máster, a casa de apostas romena SUPERBET. A empresa, que tem grande relevância no mercado europeu, está entrando no mercado local e buscou um grande player para apresentar a marca em grande estilo no cenário nacional e sul-americano.
A SUPERBET iniciou suas operações no Brasil no começo deste ano, com a criação de um site em português e diversas promoções para primeiro acesso em sua plataforma de apostas. A diretoria do São Paulo não confirmou valores, mas especula-se que a nova empresa pagará R$52 milhões por ano, pelos próximos 3 anos, ou seja, um total de R$156 milhões. Ademais, a depender dos valores dos demais patrocínios, a camisa do SPFC poderá valer em torno de R$100 milhões ao final do ano.
Um ponto que ainda não ficou claro diz respeito a quem pagou a multa para rescisão do contrato com a patrocinadora anterior, especulada em torno de R$24 milhões. De todo modo, ainda que a multa tenha sido arcada pelo São Paulo, o resultado nesse ano de 2024 terá sido positivo.
A receita com publicidade e patrocínios tem se tornado cada vez mais importante para os clubes. O Palmeiras é um exemplo de clube que conseguiu se reerguer a partir de uma patrocinadora forte. Diferentemente, o São Paulo vem sofrendo com essa receita, apesar de ter a terceira maior torcida do país e um consumidor que, historicamente, tem um tíquete médio de consumo bem elevado.
Comparativo Interno
Perguntado sobre valores, o diretor de marketing Eduardo Toni afirmou: “Não falamos de valores, hoje tem um campeonato de patrocínios e a gente não entra nisso. Agora, mais que dobramos o valor.”
Toni ainda complementou: “Tivemos propostas até maiores que essa, mas quando você vai ver, a conta não fecha. Capital da empresa, não vamos correr riscos.”
O fraco desempenho esportivo dos últimos 15 anos contribuíram para essa baixa receita de patrocínio (como podemos ver no gráfico abaixo), porém, na visão do Finanças Tricolor, não é o principal motivo. As péssimas gestões administrativas do clube na última década contribuíram fortemente com a perda de credibilidade do São Paulo perante o mercado. Isso impacta diretamente no estabelecimento de parcerias fortes, aliado ao cenário de crise nacional e internacional vivido nos últimos anos.
Comparativo Externo
Temos que elogiar o trabalho que tem sido feito pela diretoria de Marketing, capitaneada por Eduardo Toni, pois, de fato, o clube obteve um aumento de mais de 200% nessas receitas nos últimos 2 anos. Porém, como a base era muito baixa, mesmo com esse incremento, o clube ainda fica muito abaixo de seus principais rivais. Elaboramos um gráfico das receitas obtidas por Flamengo, Palmeiras e Corinthians para que possamos analisar em que estágio o São Paulo se encontra.
De 2020 a 2022, pois os dados de 2023 serão divulgados somente em abril de 2024 |
As receitas de Flamengo, Palmeiras e Corinthians em 2022 foram inferiores a 2021, pois, devido à pandemia, parte das receitas de 2020 foram reconhecidas no ano seguinte. O São Paulo, apesar de ter tido um crescimento de mais de 200% nos últimos 2 anos, ainda fatura somente metade do Corinthians e um terço de que Palmeiras e Flamengo arrecadam. Com o título da Copa do Brasil e retorno à Liberadores, o SPFC precisaria continuar no caminho da responsabilidade financeira para recuperar ainda mais a credibilidade junto ao mercado. Possibilitando contratos de patrocínio melhores no futuro.
Perspectivas Futuras
Caso esses novos acordos de patrocínio, especulados nas últimas semanas por outros clubes, o São Paulo continuaria bem atrás dos rivais (e a diferença inclusive aumentaria). A título exemplificativo, os valores recebidos pelo São Paulo com a patrocinadora máster subiria de R$24 milhões para R$52 milhões (ganho de R$28 milhões), ao passo que o Flamengo estaria saltando de R$32 milhões para R$85 milhões (ganho de R$53 milhões).
Com relação ao Corinthians, o ganho seria igualmente impactante, embora haja dúvidas sobre os reais valores do contrato com a nova patrocinadora, que inclusive teria sido recusado pelo setor de compliance do clube alvinegro, conforme apurado pela Gazeta Esportiva.
Concordamos com o Toni quando o clube busca se respaldar de eventuais calotes ou empresas inidôneas. Dessa forma, iremos aguardar a publicação dos balanços de 2023 e dos balancetes de 2024 dos demais clubes para analisarmos a situação.
O trabalho é de longo prazo, e precisa ser feito de forma consistente, para que o clube retome o caminho de grande marca no cenário futebolístico nacional e sul-americano.
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Dentre os grandes, és o primeiro!
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