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Qual é o plano do São Paulo para pagamento da dívida bancária?

 O São Paulo encerrou o ano de 2023 devendo R$ 217 milhões para instituições financeiras, sendo que R$ 143 milhões venceriam ao longo de 2024 (dívida de curto prazo), um aumento significativo em relação aos últimos anos.

Nesse mesmo ano de 2023, o clube registrou R$ 89 milhões em despesas financeiras, compostas pelos juros bancários.

Imagem: Finanças Tricolor




Imagem: Finanças Tricolor


Para mitigar os impactos dessa dívida financeira que em 2023 retirou dos cofres do clube quase 3 vezes o valor investido em Cotia, o São Paulo pretende captar cerca de R$ 250 milhões com investidores externos por meio do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), oferecendo como garantia direitos de recebimentos futuros (por exemplo, direitos de TV). Esse dinheiro seria integralmente utilizado para quitar os empréstimos bancários e o valor seria devolvido aos investidores ao longo de 5 anos, acrescidos de juros com taxas inferiores às dos empréstimos atuais.


A estrutura do FIDC, assim, representa uma “troca de dívida”. O São Paulo precisará quitar os valores que foram captados, mas deixa de dever para as instituições financeiras e passará a dever para os investidores do FIDC, com juros menores e prazo de vencimento alongado que permitiriam um respiro ao clube, reduzindo os valores de despesas financeiras pagos atualmente, os quais poderão ser utilizados para outros fins.

Além disso, conforme divulgado pela mídia, pelas regras do FIDC, o clube passaria a adotar um teto de gastos, submetido ao controle de uma grande empresa de auditoria.

Todos esses aspectos são extremamente importantes para o São Paulo. Em nossa opinião, esse mecanismo é positivo pois permite diversos ganhos: (i) redução de juros e despesas financeiras; (ii) alongamento da dívida, gerando impacto imediato no fluxo de caixa; e (iii) criação de mecanismos de teto de despesas, não permitindo gastos excessivos.

Esse mecanismo já foi utilizado outras vezes pelo São Paulo, embora em montantes menores:

*  Em março de 2014, houve a captação de R$ 50 milhões, com vencimento em dezembro de 2017.

Em julho de 2019, houve nova captação de aproximadamente R$ 35 milhões, com vencimento em fevereiro de 2023.

Em nenhum desses casos, contudo, o valor captado foi utilizado para quitar empréstimos bancários e, pelo que temos conhecimento, tampouco houve criação de mecanismos de teto de gastos. Esperamos que, dessa vez, com esses diferenciais, o FIDC possa representar um divisor de águas nas finanças do São Paulo e não meramente seja utilizado como mecanismo para captar recursos para pagar despesas correntes, como salários.

Essa estrutura do FIDC deve ser votada em breve no Conselho Deliberativo do clube.



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Escrito por: Filipe Cunha

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